Grecia antiga
Grécia Antiga é o nome dado à civilização que foi constituída na área que abrange o sul da península Balcânica, ilhas do Mar Egeu e o litoral da Ásia Menor.
A importância da Grécia Antiga para o mundo ocidental é grande em virtude, principalmente, dos aspectos cultural, científico, filosófico e político dessa civilização que foram legados à civilização contemporânea.
O primeiro processo de povoamento da região que pode ser considerado como originário da civilização grega foi o que ocorreu na ilha de Creta, entre 2000 e 1400 a.C. Pouco se sabe sobre a forma de organização da sociedade cretense (ou minoica), apesar de haver um grande trabalho arqueológico sendo realizado nas ruínas dos palácios da ilha, cujo mais famoso é o de Cnossos. Entretanto, sabe-se que os cretenses controlaram o comércio no Mar Mediterrâneo até que houve a extinção da civilização por volta de 1400 a.C.
Além desse período considerado como inicial, os historiadores dividem ainda a existência da civilização da Grécia Antiga em mais quatro períodos: Pré-Homérico – do século XX ao século XII a.C.; Homérico – do século XII ao século VIII a.C.; Arcaico – do século VIII ao século VI a.C.; Clássico – do século V ao século IV a.C.; Helenístico – do século IV ao século I a.C.
O período Pré-homérico aproximou-se do período da civilização cretense e tem como principal característica a ocupação da Grécia Continental pelos povos de origem indo-europeia, sendo que primeiramente foram os aqueus a chegarem à região, sendo sucedidos pelos eólios e jônios. Por fim, temos os dórios, povos essencialmente guerreiros que possivelmente foram os responsáveis pela dispersão de vários grupos humanos pelas ilhas do Mar Egeu e pelo litoral da Ásia Menor, processo denominado de primeira diáspora.
O período Homérico recebeu esse nome em decorrência de as obras Ilíada e Odisseia, as principais fontes de estudo do período, serem atribuídas ao poeta Homero. Essa situação indica também um período de volta ao campo desses povos e o abandono da escrita.
Nesse período, as comunidades gentílicas fortalecerem-se, e o núcleo social orbitava sobre os genos – famílias coletivas constituídas por um grande número de pessoas sob a liderança de um monarca.
Em um primeiro momento, as terras das comunidades gentílicas eram comunitárias, mas o desenvolvimento verificado entre os séculos XII e VIII a.C. levou à privatização das terras, ao crescimento demográfico e à ocorrência de uma segunda diáspora, realizada em decorrência da crise da sociedade gentílica. A segunda diáspora originou a Magna Grécia, nome pelo qual ficou conhecido o processo de colonização de regiões do Mediterrâneo ocidental, principalmente no sul da Península Itálica.
O período Arcaico teve como principal característica o fortalecimento das cidades-estados ou as pólis gregas. As cidades-estados que mais se destacaram foram Esparta e Atenas. A primeira em virtude de sua estrutura aristocrática e guerreira, cuja organização social era rigidamente hierarquizada. A segunda pelo desenvolvimento do comércio em diversas regiões do mar Mediterrâneo, principalmente com as áreas de colonização da Magna Grécia, e também pelas instituições políticas criadas.
Em Atenas, as lutas políticas entre as distintas classes sociais levaram à criação da democracia política, na qual poderiam participar das decisões sobre os rumos da pólis os cidadãos, grupo formado pelos homens maiores de 21 anos, filhos de pais e mães atenienses. Estavam excluídos dos direitos de cidadania as mulheres, os estrangeiros e os escravos.
O período Clássico foi marcado pelo apogeu da civilização grega, principalmente pelo desenvolvimento econômico e cultural verificado em Atenas. As Guerras Médicas colocaram no campo de batalha duas grandes civilizações, a grega e a persa, proporcionando uma unidade entre as diversas cidades-estados gregas para enfrentar um inimigo que ameaçava conquistar seus territórios.
A vitória grega possibilitou o crescimento ainda maior do comércio controlado pelos atenienses no Mediterrâneo, marcando o período conhecido como imperialismo ateniense. Por outro lado, a cidade conheceu o período de seu apogeu cultural com o estímulo às diversas práticas artísticas, como teatro, arquitetura e filosofia, destacando a construção do Parthenon e a produção filosófica de Platão e Aristóteles.
As disputas internas às cidades-estados gregas, marcadas principalmente pela Guerra do Peloponeso, indicaram o declínio dos gregos. Após essa guerra, iniciou-se o período Helenístico, com a civilização grega sendo dominada pelos macedônicos, principalmente por Alexandre Magno. Alexandre levou o Império Macedônico à maior extensão de suas fronteiras, conquistando o Egito, a Pérsia e chegando até a Índia. Com essa expansão imperial e com o legado cultural grego, Alexandre pretendeu fundir as culturas gregas e orientais em um processo conhecido como helenismo. Entretanto, com sua morte precoce, aos 33 anos de idade, seus sucessores não puderam manter a unidade do império, caracterizando também o fim da Grécia Antiga.
Apesar da perda de influência política e econômica, a cultura grega iria ser assimilada pelos romanos, povo que iria dar continuidade ao legado cultural da Grécia Antiga e que contribuiria para que as características do mundo grego chegassem até os dias atuais.